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Pesquisas mostram redução de colmeias e polinizadores
O cientista Albert Einstein fez uma previsão catastrófica para a humanidade. Ele disse: “Se as abelhas desaparecerem da face da terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais não haverá raça humana”.
Aquilo que Einstein falou há décadas, está prestes a se tornar uma realidade. Estudos comprovam que a cada dia está diminuindo os números de colmeias e abelhas no mundo.
Muitas pessoas e instituições, como é o caso da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp) em Caçador, por meio dos cursos de Ciências Biológicas, Farmácia, Agronomia e Engenharia Ambiental e Sanitária, estão se dedicando para reverter essa situação.
A professora e bióloga, Marithsa Maiara Marchetti, explica que no momento já são cinco espécies ameaçadas de extinção no Brasil. “No Brasil já temos cinco espécies diferentes, que estão na lista de ameaça à extinção. As Nações Unidas estão formando grupos para relatarem tudo o que está ocorrendo e fazerem o mapeamento das espécies em extinção em cada país”, conta.
A principal causa desse desaparecimento, de acordo com a profissional, é o uso de pesticida na agricultura e até mesmo a interferência que as ondas de celulares e de internet provocam no habitat do inseto. “Usamos químicos, teoricamente, em benefício da agricultura para garantir a produtividade, mas estamos esquecendo que precisamos do ecossistema e das abelhas para que continue atingindo essa média de produção. Esses insumos afetam todo o ciclo delas e além disso, já se tem comprovação cientifica que a emissão de ondas sonoras de rádios, televisão, internet, telefones, também influenciam na localização, pois essas ondas acabam interferindo na comunicação delas, elas se dispersam das colmeias e quando ficam sozinhas, não conseguem sobreviver”.
A bióloga, Marithsa Maiara Marchetti, explica que cerca de 80% da flora depende da polinização das abelhas e até 70% dos alimentos, que compõem um café da manhã completo, poderiam desaparecer em poucos anos se as abelhas se extinguissem. Mediante a essa situação, os quatro cursos de graduação da Uniarp, tem desenvolvido ações simples, mas que podem fazer a diferença, como por exemplo a distribuição de mudas de chás e temperos para a comunidade. “Temos projetos visando tanto a preservação, quanto a proliferação das abelhas. Trabalhamos com os acadêmicos e também com a comunidade divulgando a ideia de produzir algumas condimentares para que possam atrair essas abelhas. Quando ela tem esse atrativo, ela vai até essa planta e vai começar a proliferar novamente”, comenta.
Agora pense na possibilidade de adestrar insetos iguais as abelhas. Para o professor da Uniarp e pesquisador Amador Tomaselli, isso não só é possível, como ele desempenha a atividade há cerca de 40 anos. A intenção é a de auxiliar os produtores rurais a obterem melhores resultados no processo de polinização, e consequentemente a preservação ambiental das abelhas.
Tudo isso porque o processo de adestramento inicia pelo menos um mês antes de subordinar as abelhas a tarefa de buscar néctar e pólen de determinada flor. Tomaselli explica que uma colmeia em perfeitas condições de atividade, possui cerca de 80 mil abelhas. Inicialmente, o trabalho do pesquisador consiste em alimentar as abelhas, para que a rainha coloque o maior número possível de ovos. “Com o preparo das abelhas, a intenção é que elas cheguem na época da florada com a família no máximo de produtividade. Se eu preciso de operárias para buscar o pólen eu preciso iniciar a alimentação delas 45 dias antes. Diminuindo a alimentação, diminui a alimentação da rainha e diminui os ovos que ela põe por dia”, explica.
A última etapa do processo que é o adestramento em si, consiste em direcionar as abelhas a servirem-se do néctar e pólen da flor escolhida pelo adestrador. Isso garante por exemplo, que a polinização em flores de pés de frutas, ocorra da maneira mais proveitosa possível.
Nesse sentido, a bióloga, Marithsa Maiara Marchetti, destaca que as abelhas são necessárias para todo o planeta, no entanto, ela faz uma observação para a região meio oeste catarinense, região produtora de frutas e grãos. “Temos uma grande produtividade de frutos e também grãos, então, a partir do momento que perdermos elas, seremos diretamente afetados, principalmente, a produção de maçã, nectarinas, as uvas, milho, soja. São várias culturas que temos em nossa região e que serão afetadas com a extinção dessas abelhas”.
Conforme salienta, as abelhas são necessárias para a sobrevivência humana e o equilíbrio da natureza. “Todos nós, com medidas simples, como cultivar uma muda de tempero ou de chá, podemos colaborar para mudar essa história”.
Imprensa Uniarp