O benzimento é uma ciência ancestral de cura, que está presente em quase todas as culturas da humanidade. A acadêmica Rafaela Salvagio do curso de Psicologia da UNIARP está desenvolvendo o projeto PAEC de resgate da cultura das benzedeiras e benzedores da região de Caçador, com o uso de Plantas medicinais na prática de benzeduras. A professora orientadora é Marissol Zamboni.
O projeto vai trabalhar a identificação dos benzedores e benzedoras da região com intuito de preservar a cultura da benzedura, que é a medicina popular que faz uso de orações, simpatias, objetos e plantas medicinais para curar enfermidades físicas e doenças da alma. Ao identificar este público serão realizadas reuniões para apresentação do projeto e posterior catalogação como forma de registro histórico e cultural. Ainda será organizado um mapa regional de identificação das benzedeiras e benzedores.
A UNIARP, tem o compromisso de realizar o resgate histórico-cultural da história e da cultura da região e por isso, apoia o projeto para trazer ao conhecimento da população suas raízes, suas tradições e costumes.
Os saberes relacionados ao uso de Ervas são heranças culturais que vem sendo aperfeiçoadas no meio científico. O projeto visa também contribuir por meio do Projeto Farmácia Vida na cultura das benzedeiras e benzedores da região.
No desenvolvimento destas ações busca-se valorizar e disseminar a cultura da benzedura, socializando e identificando as culturas de forma que a sociedade tenha conhecimento desta cultura popular, objetivando repassar esta cultura a mais pessoas da sociedade para que nada se perca.
O projeto será desenvolvido com uma pesquisa de campo conjuntamente da Extensão e grupo de pesquisa do projeto Farmácia Vida da UNIARP. Será realizado primeiro um mapeamento das benzedeiras que tenham interesse em participar do projeto e identificar as práticas populares da região.
Uma das benzedeiras do projeto é Sebastiana Pereira de Souza, 70 anos, que mora no bairro Bom Sucesso. Ela já está repassando seus conhecimentos e saberes para a filha, Angelita Pereira de Souza Alves, de 41 anos.
Benzimento, como o nome faz menção, é o ato de benzer, bem dizer a alguém ou algo. E este dom especial, Sebastiana herdou da mãe, onde aprendeu algumas rezas e elementos de cura, usando o instinto, a fé e elementos da natureza. Ela conta que também aprendeu muito com índios da região, que compartilharam seus conhecimentos sobre plantas medicinais.
Pessoas de diversas cidades do país procuram Sebastiana para curar seus males, físicos ou emocionais. Até pessoas de outros países já estiveram na sua residência e receberam a ajuda tão necessária. “Eu relutei algum tempo em aceitar este dom, mas chega uma hora que não tem jeito. A gente precisa aceitar e ajudar as pessoas. E sou grata por isso. Faço de coração”, comenta.
SERVIÇO: Benzedeiras e benzedores de toda a região podem participar do projeto. Basta procurar a Coordenadoria de Extensão, Cultura e Relações Comunitárias da UNIARP.
Email: extensao@uniarp.edu.br