A mestranda Fabiana Dalila Becker, da Turma 6 do Mestrado Profissional em Educação Básica (PPGEB) da UNIARP está em Austin, no Texas, fazendo um intercâmbio de estudos em língua inglesa com o apoio da CAPES (Programa de Desenvolvimento Profissional para Professores de Língua Inglesa – PDPI (CAPES/FULBRIGHT)). Ela chegou no Texas no dia 16 de janeiro e permanecerá no local até o dia 28 de fevereiro.

A experiência, segundo relato da mestranda, tem sido bem intensa e muito produtiva. “Minha experiência aqui nos EUA tem sido incrível e passa por algumas fases: primeiro o deslumbre, depois o choque cultural e as dificuldades enfrentadas por estar em um país que não é a minha pátria, a saudade de casa e dos amigos, até o acostumar-se com a vida aqui, para finalmente, conseguir estabelecer parâmetros de comparação entre uma cultura e outra”, afirma a mestranda do PPGEB da UNIARP.

A mestranda enfatiza que, sob o ponto de vista educacional, no que tange as contribuições para sua pesquisa de mestrado, ela pôde notar que, em muitas escolas estadunidenses, há um programa especial para imigrantes e refugiados, cujas aulas do currículo são em Inglês, mas todos os professores falam espanhol para melhor atender as necessidades dos alunos, contando com salas especiais com, no máximo, 12 alunos em cada uma delas.

Há também as salas normais, para os estudantes que já dominam o idioma inglês. Elas têm até 30 alunos em cada sala. Há uma pessoa da escola responsável por ajudar as famílias dos estudantes a se estabelecerem na cidade ou no Estado do Texas, desde encontrar moradia até auxílio com alimentação, além de uma equipe multidisciplinar com pedagogos e psicólogos.

Além disso, as escolas contam com muitos aparatos tecnológicos em todas as salas de aula. Chama a atenção, segundo a mestranda, que uma das escolas visitadas tinha sala de música com muitos instrumentos e os estudantes tinham acesso a um instrumento para usar na escola e outro para praticar em casa. “É fascinante perceber que a escola está preparada para oferecer o suporte que os estudantes estrangeiros e nativos necessitam para conseguirem aprender o idioma, ao mesmo tempo que aprendem os conhecimentos exigidos pelo currículo”, enfatiza a mestranda. Além de tudo isso, a escola oferece o ensino do espanhol enquanto língua nativa, para a preservação e aprendizado do idioma para muitos dos estudantes, que são oriundos de países cuja língua-mãe é o espanhol.

Fabiana continua explicando que, em sua estada, é frequente a realização de visitas culturais aos finais de semana, o que oportuniza o aprendizado da Língua Inglesa e o contato com a cultura texana, fazendo-a perceber, na prática, as nuances que costuram as relações entre língua e cultura, bem como a complexidade que envolve a comunicação.

“É a verdadeira experiência do aprendizado da Língua em contexto e em uso, aliada ao conhecimento acadêmico, coordenado por professores altamente experientes, que falam e ensinam outras línguas além do Inglês, tornando tudo muito intenso e gratificante”, afirma Fabiana.

Além do mais, a interação e a troca de experiências com os colegas professores de língua inglesa de todo o Brasil (já que são 370 professores brasileiros agraciados com esta bolsa de estudos e que estão espalhados por várias universidades dos EUA neste mesmo período), torna a experiência ainda mais enriquecedora, desperta a consciência do quanto a cultura brasileira também é rica e que o Brasil tem muito a contribuir com o mundo em termos de educação de qualidade.

Fabiana comenta que toda a experiência vivida possui dois opostos: de um lado, ela compreende que, no Texas, há a necessidade de uma educação que propicie um olhar mais apurado às individualidades de cada um, às características pessoais dos alunos e à diversidade cultural (especialmente no Ensino Superior), pois trata-se de um sistema social muito individualista e competitivo; por outro lado, ela revela que suas percepções são consequência da formação que vem tendo no mestrado da UNIARP, cujos fundamentos epistemológicos buscam exatamente esta educação humanizadora, que procura formar seus discentes e egressos para valorizar todos os conhecimentos, pois todos os saberes são importantes.

Ela conclui que “uma educação de qualidade deve estar voltada as demandas complexas e transdisciplinares, compreendendo os erros como parte do processo educativo humanizador, buscando compreender e valorizar o ser humano na sua integralidade, pois isso é fundamental para a ecologia do planeta, a preservação da vida na Terra e a nossa evolução rumo a uma sociedade mais ética, colaborativa e inclusiva”.