A incidência de ansiedade e depressão em pessoas idosas durante a pandemia da Covid-19, foi o objetivo de estudo da acadêmica Vanessa da Silva Barros, do oitavo período do curso de Medicina da UNIARP. Juntamente com as professoras Talitta Padilha Machado e Rafaella Caramori Saab, durante 10 meses entre 2021 e 2022, esteve em contato com os idosos que residem na Casa Lar em Caçador.
A acadêmica Vanessa, além de estudante de Medicina é enfermeira, e o projeto desenvolvido por ela, foi premiado entre os cinco melhores em Iniciação Científica em nível de universidade no mês de agosto.
O reconhecimento aconteceu no Seminário de Desenvolvimento do Ensino, Pesquisa e Extensão (SEDEPEX), em que todos os alunos da UNIARP participam com trabalhos desenvolvidos ao longo do semestre. A pesquisa é financiada pelo Fundo de Apoio à Pesquisa (FAP).
Vanessa explica que é possível desenvolver a medicina preocupada não apenas com o tratar doenças, mas no entender as causas que podem ser também psicológicas. “Esse idoso institucionalizado em meio a pandemia, perdeu todo o contato social que era desenvolvido com diversos projetos que aconteciam na Casa Lar. E isso refletiu no resultado da pesquisa, que eles passaram a sofrer com problemas relacionados a ansiedade e depressão, como por exemplo, com dificuldades para dormir e necessitando de medicamentos para ter o sono restabelecido. Nós como profissionais da saúde, precisamos focar também no tratamento não medicamentoso, para que o tratamento todo seja mais efetivo”, explica a aluna.
A obtenção das informações junto ao público alvo aconteceu por intermédio de entrevistas em um instrumento conhecido como “DASS”. “Embora a intenção era sempre a de quantificar as informações, os idosos nos traziam muitos relatos que sentem saudades das visitas, se sentem sozinhos e de certa forma abandonados. Por outro lado, eles afirmaram que estavam procurando entender que era uma situação passageira. Mas, era perceptível uma tristeza no olhar deles com tudo que estavam passando”, detalha Vanessa.
As professoras orientadoras do estudo Talitta Padilha Machado e Rafaella Caramori Saab, são fisioterapeuta e dentista. A professora Rafaella comenta que iniciativas de pesquisas iguais a essa, precisam ser valorizadas, pois investigam fatores além das causas das doenças. “É observar o paciente além da patologia, é entender que é uma pessoa que precisa de todo um respaldo emocional e psicológico para ter o melhor tratamento possível dentro das limitações que ele apresenta”, explana a professora.