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16.04.2020

Egressos da UNIARP desenvolvem respirador de baixo custo



Os egressos do curso de Engenharia de Controle e Automação da UNIARP: Fábio Gabriel Pinto Oliveira, Willian Lapinski e Gilmar Demenek desenvolveram na cidade de Santa Cecília-SC um respirador de baixo custo. Eles são sócios da empresa “Autom – Automação Industrial”.

O respirador pulmonar é essencial para auxiliar no combate do Covid-19. O equipamento, porém, tem alto custo e, com o aumento da procura, os estoques também estão baixos, além de existir a ausência deste respirador em cidades do interior.

A ideia inicial partiu do Fábio Gabriel Pinto Oliveira. “Começamos a trabalhar em uma solução para atender o máximo de pacientes possíveis. O Fábio sendo voluntário na Cruz Vermelha de Santa Cecília, logo discutiu com eles sobre nossa ideia, e imediatamente tivemos apoio deles e de alguns colaboradores da Secretaria de Saúde”, relata Willian Lapinski.

Mas, com a ajuda de especialistas, eles perceberam que o trabalho era muito mais complexo. “Notamos que é impossível desenvolver um respirador tão sofisticado em tão pouco tempo. Mas, o nosso respirador é ideal em situações de emergências. Um exemplo, existem 10 pacientes necessitando de respirador, até uma vaga no CTI ser liberada para uso, seriam necessários 10 enfermeiros usando a Unidade Manual de Respiração Artificial, para mantê-los vivos. O nosso equipamento faz a automação deste processo, necessitando de apenas um enfermeiro. Segundo todos os profissionais que conversamos, em uma situação dessa, não teriam pessoas suficientes para atender a todos. Outro ponto importante é que nosso equipamento faz a filtragem do ar da respiração do paciente, evitando assim a contaminação das pessoas à sua volta”, explica Willian Lapinski.

Fábio Oliveira, detalha que o custo final do equipamento desenvolvido por eles é quatro vezes menor que um respirador convencional. “No primeiro momento, ingenuamente, acreditávamos que poderíamos construir um equipamento por cerca de R$ 1.000, porém, após toda a pesquisa teórica sobre o funcionamento da respiração e conversas com médicos especialistas em várias áreas como anestesistas e intensivistas, concluímos que este equipamento será comercializado entre R$ 5.000 a R$ 6.000. Mesmo desta forma, ainda é mais barato do que um respirador convencional. É importante lembrar que nosso equipamento é muito mais simples, e trabalhamos muito para não perder nada em qualidade e confiabilidade”, afirma.

O produto foi testado e aprovado por médicos e, agora, eles buscam aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para conseguir autorização de produção. “O nosso projeto demorou 15 dias para ser fabricado e mais 10 para calibração do programa. O software tem controlado várias grandezas, como ciclo, o tempo de operação; decida e parada, o fluxo, a pressão negativa e positiva, entre outras funções, tornando-se um equipamento eficaz e funcional. O nosso equipamento ainda utiliza quatro funções principais de um respirador, que seria o ciclo, a porcentagem de respiração, a pressão e a vazão”, informa.

A prefeita de Santa Cecilia, Alessandra Aparecida Garcia, apoia o projeto e entrou em contato com o senador Dário Berger para fazer contatos junto à Anvisa, com o objetivo de obter uma avaliação imediata.

Conforme o senador, esses aparelhos custarão, em média, 95% menos do que os disponíveis hoje no mercado e tiveram eficácia aprovada por especialistas. Dário Berger espera uma resposta da Anvisa sobre o assunto. Ele está decidido a buscar mais apoio, se necessário, para viabilizar essa análise rapidamente.

“Considerando a extrema necessidade do país em dispor desses equipamentos hospitalares para atender os casos mais graves do Covid-19, a liberação da Anvisa pode representar uma alternativa de relevante importância e, além disso, garantir a manutenção de milhares de vidas”, avalia Dário Berger.

O trio ainda espera por investidores. “No momento o desenvolvimento do respirador está parado por falta de recursos financeiros, nossa empresa já gastou cerca de R$ 7.000 mil para o desenvolvimento deste equipamento e ainda é necessário entre 36 e 40 mil para terminar a pesquisa e construir um igual, para comercializar. Estamos atualmente em busca de patrocínio dos órgãos públicos ou mesmo da iniciativa privada para continuarmos os trabalhos. E a partir disso, ainda demorará um mês para realizar os testes com a Anvisa. O nosso maior medo no momento é de não conseguir terminar o projeto ou ser tarde demais para ajudar a saúde”, finaliza.

SERVIÇO: Para entrar em contato com a empresa, por meio do e-mail respirabrasil@automsc.com.br

Com informações: Jornalista Beatriz Lima/Jornal Extra

 

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Imprensa Uniarp