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23.11.2017

Projeto do PAEC incentiva produção agroecológica de hortaliças



Acadêmico da UNIARP está realizando o projeto do PAEC com produtores agroecológicos que estão em busca da certificação orgânica do Núcleo de Agroecologia Alto Vale do Rio do Peixe 

Análises já realizadas revelam resultados bastante satisfatórios, com hortaliças de excelente qualidade. Fotos e vídeo Angela Cardoso/ASCOM UNIARP

O acadêmico Jeferson Candiago, do curso de Agronomia da UNIARP está desenvolvendo um projeto que tem por finalidade produzir e difundir tecnologias relacionadas a agroecologia e ao modo de produção orgânica à agricultores vinculados ao Núcleo de Agroecologia Alto Vale do Rio do Peixe, de modo a viabilizar a produção de hortaliças e futuramente a certificação orgânica das propriedades. Análises já realizadas revelam resultados bastante satisfatórios, com hortaliças (alface americana) de excelente qualidade.

O projeto foi apresentado como requisito para obtenção de Bolsa do PAEC do Curso de Agronomia, oferecida pela Universidade, sob orientação da professora e engenheira agrônoma Dra. Cristiane de Lima Wesp. O projeto do acadêmico está no Eixo de Extensão: Produção e difusão de tecnologias.

Os participantes do projeto são os produtores agroecológicos que estão em busca da certificação orgânica do Núcleo de Agroecologia Alto Vale do Rio do Peixe, em especial os produtores Ariel Stefaniak e Neiva Tânia Carneiro.

De acordo com Jeferson a elaboração do projeto tem como finalidade demonstrar e difundir formas mais sustentáveis de produzir alimentos, mediante a conscientização da possibilidade de produção pela aplicação de preparados alternativos e de fácil elaboração para adubação e controle de pragas e doenças no cultivo de hortaliças agroecológicas.

Acadêmico Jeferson Candiago e o produtor Ariel Stefaniak

Difusão de práticas agroecológicas

Os produtores Ariel Stefaniak e Neiva Carneiro (Orgânicos Carmel), fazem venda direta de seus produtos aos consumidores e visam obtenção da certificação orgânica. As propriedades estão localizadas nos municípios de Rio das Antas e Caçador.

Eles integram a Rede Ecovida. O funcionamento da Rede é horizontal e descentralizado e está baseado na organização das famílias produtoras em grupos informais, associações ou cooperativas.

 

A Rede Ecovida

A Rede atualmente conta com 27 núcleos regionais, abrangendo cerca de 352 municípios. Seu trabalho congrega, aproximadamente 340 grupos de agricultores (abrangendo cerca de 4.500 famílias envolvidas) e 20 ONGs. Em toda a área de atuação da Ecovida acontecem feiras livres ecológicas e ainda outras formas de comercialização. Na região existem grupos de produtores ecológicos em Joaçaba, Caçador, Rio das Antas, Fraiburgo, Lebon Régis e Curitibanos.

No âmbito da Rede Ecovida de Agroecologia, a certificação tem sido trabalhada como um processo pedagógico onde agricultores, técnicos e consumidores se integram no intento de buscarem uma expressão pública da qualidade do trabalho que desenvolvem.

 

Formas mais sustentáveis de produzir alimentos

A crescente demanda dos consumidores pela aquisição de alimentos saudáveis e livres de resíduos químicos coloca a produção agroecológica de hortaliças em evidência. A busca crescente pela certificação orgânica também é evidente por parte dos produtores agroecológicos, pois possibilita atestar as boas práticas agrícolas realizadas e agregar valor ao produto oriundo desse sistema de produção.

As dúvidas relacionadas ao manejo das práticas agrícolas, passíveis de serem utilizadas, durante a fase de transição agroecológica em propriedades rurais ainda são pertinentes. Desta forma, a difusão de práticas sustentáveis junto a produtores do Núcleo Agroecológico Alto Vale do Rio do Peixe possibilita capacitação e fortalecimento do grupo para futura certificação orgânica, além de contribuir para a sensibilização da comunidade quanto a importância da aquisição de hortaliças agroecológicas, contribuindo para o desenvolvimento social, econômico e ambiental da região.

 

Caldas e extratos de plantas para controle fitossanitário

Para quem tem horta em casa, seguem receitas de caldas caseiras para controle fitossanitário:

Calda Branca: Esta calda, à base de cinza, calcário dolomítico, cal virgem e sabão vem sendo experimentada por alguns agricultores no controle de doenças fúngicas como a requeima, pinta preta e outras, sendo obtidos bons resultados. Ingrediente ½ kg de cinza peneirada; ½ kg de calcário dolomítico; ½ kg de cal virgem; 50 g de sabão comum; 20 litros de água. Preparo: Numa vasilha coloque 10 litros de água, misture a cinza e deixe de repouso para a parte grossa de a cinza abaixar; em outro vasilhame, coloque 10 litros de água, misture o calcário e a cal virgem e mexa até dissolver; Em seguida misture a água da cinza com o calcário e a cal virgem e mexa bem; derreta o sabão em um pouco de água quente e misture à calda e pulverize. A calda branca não deve ser pulverizada em horas de sol quente e pode ser usada junto com o extrato de fumo.

 

Calda de Arruda (Ruta graveolens): As folhas de arruda são ótimas para combater pragas em geral. Ingredientes: 100 g de folhas secas e 1 litro de água.  Preparo: picar as folhas, ferver durante 5 minutos e aguardar 24 horas. Depois coar e misturar a 20 litros de água. Pulverizar nas plantas e locais onde aparecem formigas.

 

Calda de Cebola (Allium cepa L.): A cebola controla lagartas em beterrabas, broca, ferrugens, pulgões e vaquinhas. No tomateiro funciona como fungicida. Ingredientes: 1 kg de cebola ou cebolinha verde; 10 litros de água. Preparo: Cortar a cebola ou a cebolinha verde e misturar em 10 litros de água, deixando o preparado curtir durante 10 dias. No caso da cebolinha verde, deixe curtir por 7 dias. Para pulverizar as plantas, utilizar 1 litro da mistura para 3 litros de água.

 

Calda de Cebola com Alho: Ingredientes: 3 cebolas; 5 dentes de alho; 10 litros de água. Preparo: Moer a cebola e o alho e misturar em 5 litros de água. Espremer para retirar o suco, coar e misturar ao restante da água. Pulverizar uma vez por semana.

 

Calda de Coentro (Coriandrum sativum): O coentro serve para afastar ácaros e pulgões. Ingredientes: folhas de coentro; 2 litros de água Preparo: Cozinhar as folhas de coentro em 2 litros de água. Para pulverizar sobre as plantas, acrescentar mais água, podendo a quantidade ser alterada em função dos resultados.

 

Calda de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens): É uma das pimentas mais famosas do Brasil e uma planta repelente por excelência e tem boa eficiência concentrada e misturada com outros defensivos naturais, no combate a pulgões, vaquinhas, grilos e lagartas. Pimenta com sabão. Ingredientes: 500 g de pimenta vermelha (malagueta);4 litros de água; 5 colheres (sopa) de sabão de coco em pó. Preparo: bater as pimentas em um liquidificador com 2 litros de água até a maceração total. Coar o preparado e misturar com 5 colheres (sopa) de sabão de coco em pó, acrescentando então os 2 litros de água restantes. Aplicação: pulverizar sobre as plantas atacadas. Aguardar 12 dias para colher.

 

Calda de Água de Cinza e Cal: Ingredientes: 5 kg de cal hidratada vulcânica (sem resíduos de fixadores ou de cinza a); 5 kg de cinza vegetal (cinza de casca de arroz ou de madeira); 100 litros de água. Preparo: misturar os produtos e agitar pelo menos 3 a 4 vezes no período mínimo de 1 hora. Após este período a água pode ser usada ou armazenada para uso posterior. Efetiva no controle de doenças, principalmente se associada à calda sulfocálcica ou biofertilizantes.

 

Calda de Extrato de Alho (Allium sativum): Controle de Míldio e ferrugem. Excelente também no controle de nematóides. Ingredientes: 4 dentes de alho; 1 litro de água. Preparo: amassar os dentes de alho em um litro de água e deixar em repouso por 12 dias. Após este período, diluir a solução em 9 litros de água, filtrar e pulverizar sobre as plantas.

 

Extrato de Camomila (Alatricaria comomila L.) Controle de doenças causadas por fungos. Ingredientes: 100 gramas de flores de camomila; 1 litro de água. Preparo: bater no liquidificador as flores com a água. Deixar de molho por 12 horas, coar e em seguida

 

Calda Biofertilizante

Desenvolvida e pesquisada pela EMATER, a calda biofertilizante demonstrou excelente efeito no aumento da resistência às pragas e moléstias e como adubo foliar para inúmeras plantas. O processo de produção é bastante simples, sendo viável sua produção na propriedade, desde que tenha esterco de gado disponível. Não há contraindicação ao seu uso. Ingredientes: 10 litros de esterco de curral (curtido ou não); um punhado de esterco de galinha; um punhado de açúcar e água. Preparo: Numa lata de 20 litros, colocar meia lata (10 litros) de esterco de curral e um punhado de esterco de galinha (em torno de 250 ml) e um punhado de açúcar cristalizado ou refinado (em torno de 250 ml). Completar com água, deixando um espaço de 8 a 10 cm antes da borda acima, para evitar transbordar. Fechar muito bem com um saco plástico e amarrar. Deixar 5 dias bem fechado. (fermentação anaeróbica). Aplicação: A calda pronta deve ser diluída, misturando 1,0 litro de calda obtida para cada 10 litros de água.

ESCRITO POR:

Imprensa Uniarp