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06.06.2019

Uniarp realiza 1º Ciclo de Estudos Intercursos, em Fraiburgo



A Universidade Alto Vale do Rio do Peixe realizou, nesta semana, o 1º Ciclo de Estudos Intercursos, no campus de Fraiburgo. Com temas transversais, o evento reuniu acadêmicos e professores de todos os cursos do campus, na Câmara Municipal.
No primeiro dia, palestra com o procurador federal Anderson Lodetti de Oliveira, que tratou sobre o tema “Direitos Indígenas”. De forma bastante lúdica, Lodetti enfatizou os preconceitos e a forma de discriminação com relação aos índios, desde a época do descobrimento do Brasil. “Por se achar o ser mais belo e perfeito da natureza e evoluído, o branco europeu se achava no direito de colonizar e pegar as terras para si, porque, afinal de contas, ele ia levar o bem da civilização para o mundo. O ser invasor nunca reconheceu um sujeito nos índios, uma organização social indígena, mas achava que só ele era um ser digno e só ele tinha organização social”, enfatizou.
Citando sobre o preconceito atual, onde muitas pessoas só admitem que um índio é índio se estiver com “penas” na cabeça e com as vestimentas típicas, Lodetti fez questão de enfatizar as culturas de diversos povos, como os alemães, com o chopp, ou os italianos, com vinho e polenta. “Existe o índio puro, com “penas”, e o aculturado, que está de calça jeans e de celular na mão, mas aí que vem o mito evolucionista que diz que “não, o índio puro ainda é índio, mas esse com o celular na mão já está “branqueando e que daqui a pouco ele vira ariano”, mais uns três cruzamentos com brancos ele fica bom. Esse é o mito evolucionista”, explicou.
Na mesma linha, o cacique e professor da língua indígena Simeão Dapri Pra Xokleng, da aldeia Kupli, de Porto União, afirmou que muitas pessoas dizem que, “quando o índio veste uma roupa deixa de ser índio”. “Isso não é verdade. Hoje, tenho roupas, celular, tenho tudo. Mas, eu conheço a minha história e levo ela para frente. Um índio nunca deixa de ser índio desde que ele tenha a própria história e a língua”, destacou.
Já no segundo dia do evento, a palestra foi com o psicólogo Clayton Zanella, sobre Saúde Mental: Suicídio. Ele tratou das causas, consequências e maneiras de se prevenir o suicídio, bem como, as formas de identificar quando uma pessoa pode estar passando por problemas que possam vir a culminar com a vontade de tirar a própria vida.
“Estas palestras de temas transversais são pré-requisitos que os órgãos avaliativos das universidades exigem e são importantes para a nossa instituição, que tem extensão e pesquisa. Nós saímos assim, da sala de aula, e incluímos estes temas para os acadêmicos dos nossos 8 cursos do campus”, finalizou o pró-reitor do campus de Fraiburgo, Almir Granemann.

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Imprensa Uniarp