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Projeto da UNIARP avança nos testes com biodiesel
Trator movido a biodiesel produzido nos Laboratórios da UNIARP funcionou em plenas condições por mais de 30 minutos. Proposta do projeto é destinar o biodiesel para uso em máquinas agrícolas
A Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP) realizou com sucesso dia 03 de julho o segundo teste prático com o biodiesel produzido a partir do óleo comestível (óleo de cozinha usado), dentro do projeto De Óleo no Futuro. O teste foi realizado em um dos tratores do Horto Municipal e foi conduzido pelo acadêmico Andrey Felipe do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária e bolsista do PAEC e pelo professor Tiago Borga, coordenador do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, que orienta o acadêmico no Projeto. A professora Talize Foppa, coordenadora do curso de Farmácia atua no projeto como responsável pelas análises nos laboratórios. O teste foi acompanhado também pelo presidente da UNIARP, Auri Marcel Baú, pela bióloga Cristiane Driessen, secretária adjunta municipal de Agricultura e Meio Ambiente e pelo engenheiro agrônomo Vilmar José Carneiro.
O trator movido a óleo biodiesel produzido nos Laboratórios da UNIARP funcionou em plenas condições por mais de 30 minutos. A partir do óleo purificado, é obtido um rendimento de cerca de 97% de biodiesel. A proposta do projeto é destinar o biodiesel para uso em máquinas agrícolas.
O professor Tiago explica que o trabalho é uma sequência das ações do Projeto de Óleo no Futuro, com o aprimoramento das pesquisas e dos métodos. As pesquisas irão continuar agora no sentido de avaliar o desenvolvimento e eficiência dos motores movidos a biocombustível produzido pela UNIARP. “Pelo grau de impacto ambiental que o óleo de cozinha causa nas águas, esse projeto é de suma importância. Agradecemos a parceria da Prefeitura, através da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente neste trabalho que busca a conscientização e vai além, fornece alternativas corretas de reutilização deste resíduo”, explica.
O presidente da UNIARP Auri Marcel Baú, parabenizou a equipe pelo trabalho e reforçou que a Universidade está cumprindo seu papel de aplicar o conhecimento em busca de soluções para a sociedade. “Foi um teste de um produto feito em laboratório, em escala pequena. Temos consciência que o custo ainda é alto, porém o custo ambiental da destinação incorreta é muito maior. Hoje o óleo usado não está tendo um destino adequado, acaba gerando contaminações e o custo desta recuperação é muito alto. Através deste projeto, a UNIARP pretende viabilizar a partir de uma escala maior, em um futuro projeto, a coleta do óleo usado para transformação em biodiesel e seu uso em máquinas agrícolas. Este projeto possivelmente deve contar com parceiros e no futuro a Universidade pode investir em uma usina maior, para tentar minimizar o custo e viabilizar o projeto. Mas o benefício maior é o ambiental, com certeza”, salienta.
O acadêmico Andrey Felipe iniciou o trabalho com palestras em escolas e empresas, para conscientizar sobre a importância de destinar de forma correta o óleo de cozinha usado. Várias palestras foram realizadas inclusive na Semana do Meio Ambiente. “Através de uma palestra e entrega do folder, os ouvintes aprendem a destinar corretamente o óleo que geralmente é descartado na pia da cozinha, causando grandes danos aos encanamentos e as fossas e filtros, aprendem transformar o óleo em sabão, entre outros produtos”, relata.
Glicerol
O processo de reutilização do óleo comestível gerou também o glicerol residual, que será usado agora em outros produtos.
O Projeto
A UNIARP é uma das parceiras junto com o Governo do Estado, do projeto De Óleo no Futuro. A UNIARP participa na transformação do óleo recolhido em subprodutos, como biodiesel, sabonetes, sabão e outros, além da realização de palestras em escolas. Para isso, está utilizando sua estrutura de laboratórios, quadro docente e acadêmicos em uma grande ação de conscientização ambiental e aprendizagem.
O projeto de Óleo no Futuro faz parte do Programa Estadual de Coleta, Reciclagem e Beneficiamento do Óleo de Cozinha, lançado pela Diretoria de Saneamento e Meio Ambiente (DSMA), da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável. Ele foi instituído pela lei estadual nº 14.330, de 18 de janeiro de 2008. O objetivo do projeto é conscientizar alunos e sociedade em favor do meio ambiente, favorecendo a reciclagem dos óleos e gorduras, desde a coleta, transporte e revenda, até os processos industriais de transformação. O trabalho na UNIARP começou em 2010 com a produção de sabão em barra e também biodiesel.
Contribua
O processo de reciclagem do óleo é simples, mas exige a contribuição de todos para funcionar devidamente. Depois de usado o óleo de fritura, deve ser resfriado e armazenado em uma garrafa pet. Depois a garrafa deve ser levada ao ponto de coleta. Produtos como sabão, detergente, adubo orgânico, sabão em pasta e massa de vidro são resultados da reciclagem do óleo.
Menos poluição
Cada litro de óleo despejado no esgoto tem potencial para poluir cerca de um milhão de litros de água, o que equivale à quantidade que uma pessoa consome ao longo de 14 anos de vida. Se for para a rede de esgoto, o óleo também encarece o tratamento dos resíduos em 45%.
Alguns prejuízos ao meio ambiente:
. O óleo impermeabiliza o solo podendo ocasionar o aumento das enchentes;
. O óleo cria uma fina camada da superfície da água, prejudicando a oxigenação da água dos rios, causando danos à vida aquática;
. O óleo causa mau cheiro e poluição;
. O óleo quando descartado no esgoto doméstico pode causar entupimento das tubulações causando refluxo do esgoto.
Imprensa Uniarp